Quanto mais safadeza a escutamos e lemos sobre política,
mais espertos vamos ficando e ao mesmo tempo, mais críticos também. Vamos
analisar os fatos e a fala do Ministro Torquato Jardim no Ministério da
Justiça.
Primeiro o Aécio Neves conversa com o Joesley Safadão,
dizendo que precisava trocar o Ministro Osmar Serraglio porque ele era fraco e
não tinha pulso com a Polícia Federal onde, segundo sua avaliação, precisava
trocar o comando.
Depois o Presidente Temer, às carreiras, faz a troca de
Ministros, sem avisar ao demitido que seria demitido, fazendo com que ele empinasse
a carroça e não aceitasse um Ministério vinte vezes menor do que o Ministério
da Justiça como prêmio de consolação, o que tirou a blindagem de Foro
Privilegiado do Loures.
Depois disso, o Ministro Facchin separa os processos de
Temer e Aécio, mas mantém Loures junto com Temer, devolvendo a ele, por mera
circunstância, o Foro Privilegiado. Essa coincidência fez voltar em mim uma
urticária antiga que coça, coça, o dia todo e não tem remédio que sare.
Pense comigo, o Ministro Facchin não mandou o Loures para
Curitiba porque não quis, certo??? Ou será que houve alguma demanda
extraterrestre para que esse bandido confesso e flagrante, que cometeu crime
acompanhado pela Polícia Federal, não fosse preso e fizesse delação premiada???
Em seguida, o Presidente Temer se dirige a um grupo de
empresários estrangeiros visando captar investidores para o país e diz que está
tudo bem no Brasil, tudo sobre controle e dá prova disso carregando a tira colo dois delatados que são os
Presidentes da Câmara e do Senado. Inclusive garantindo que há segurança
jurídica em nosso país.
Para fechar com chave de ouro, o novo Ministro da Justiça,
Torquato Jardim, em entrevista coletiva diz que é comum quando uma decisão em
um Tribunal Superior mantida 4 a 3 para um lado para casos similares, e um
Ministro se afasta por qualquer motivo, o substituto vota diferente do titular
e durante seu período a decisão muda para o outro lado. Quando o titular volta,
a decisão volta a ser a inicial, criando-se assim uma janela jurídica,
expressão dele.
Agora virou bagunça. Por um lado o Presidente se virando
como pode para se manter no cargo, pintando, bordando, cerzindo, chuleando e
pregando botão. Por outro lado um Ministro fresquinho e com toda a banca
dizendo com todas as letras que não temos estabilidade jurídica no país. Acho
que o Ministro deu um tiro no pé...
Escrito por Helio Faria Junior