OS CÔNJUGES PASSEIAM E A GENTE PAGA
Mais uma vez o Congresso Nacional dá um testemunho público
que eles têm que ser diuturnamente vigiados e severamente punidos. Neste
momento em que escrevo isto, não sei qual parlamentar votou a favor e qual
votou contra a mais nova farra imposta a nós pelos parlamentares que é o
pagamento de passagens para os cônjuges irem à Brasília acompanhar seus pares.
Aqui não vai nenhuma crítica a nenhum partido político,
nenhuma crítica à situação ou à oposição. Aqui vai uma crítica contundente a
todos os parlamentares que passam óleo de peroba no rosto antes de irem para o
Congresso.
Gostaria que caso essa vergonha nacional não seja revogada e
que se chegue à conclusão que o Brasil é um bordel mesmo, que a medida seja entendida
aos esposos/esposas dos funcionários da Caixa Econômica Federal, Banco do
Brasil, BNDES e todas as entidades comandadas pelo Governo Federal, para que
esses valorosos profissionais possam também usufruir dos mesmos benefícios que
nossos desavergonhados parlamentares.
Queria eu ser um mosquito para ter presenciado as
discussões que levaram a apresentação de uma das propostas mais ridículas que
já vi tramitar e ser aprovada em Brasília.
Gostaria de montar um placar com o nome de todos os
parlamentares onde nós colocaríamos notas para eles a cada votação e no fim do
mandato, quem não conseguisse média sete entraria em uma lista para que
pudéssemos fazer propaganda para que ninguém votasse neles.
Se você é parlamentar e votou contra essa proposta, você
tirou dez neste primeiro embate. Mas se você é parlamentar e votou a favor de
mais esse assalto a nossos bolsos eu gostaria de lhe dizer que você tirou zero,
que não me representa nem a nenhuma das pessoas com quem conversei sobre o
assunto, porque você não tem vergonha na cara.
Francamente, num momento em que discute e se descobre seriíssimos
casos de corrupção em uma das mais importantes empresas deste país, nossos
incautos parlamentares nos presenteiam com mais essa pérola. Realmente, vivemos
num país de sem vergonhas políticos.
Escrito por Helio Faria Junior